Em 09/04/2016

 

Cavou a própria sepultura e agora mete o pau no coveiro

 



             Por Sousa Neto - É impressionante como  o governo Dilma/Lula/PT, com cinismo e arrogância, procura culpar o coveiro pelo buraco que o próprio Planalto se enterrou. Ninguém é culpado pela morte moral deste governo, a não ser ele próprio pela sua ganância política. As alianças que construiu nos palanques de 2002 para cá foram uma poderosa injeção à sua saúde eleitoral, mas, ao mesmo tempo, um veneno mortal.  Vieram, agora, os sintomas dos efeitos colaterais e devastadores. Tão inchado que estava, o governo implodiu, ou seja, o mal agiu de dentro para fora.  Desvios, dinheiro, delações: os que estavam de braços dados na reeleição de 2014 são os mesmos que, agora, se esfaqueiam e todos falam a verdade quando se culpam e se acusam.

                O governo Dilma/Lula/PT, apesar de suas muitas virtudes, criou cobra para lher morder o próprio pé ao agarrar-se a alguns dos mais questionáveis partidos e figuras da República, como Cunha, Renan, Temer, Collor, Sarney, Cabral e até Maluf, na busca obcecada dos petistas pelos votos nas urnas e no Congresso. Um projeto de poder alimentado pela indústria da propina gerada pelos desvios financeiros de obras e estatais, como a Petrobrás e tantas outras.

                Com a queda das máscaras e a prisão dos mascarados pela Lava-Jato, o governo, combalido pela sucessão de escândalos, mas sem humildade para reconhecer seus erros, decidiu responder atacando e disparou contra todos os alvos possíveis: atacou a imprensa, a Justiça, o  Ministério Público, a OAB. Até os milhões que foram às ruas contra a corrupção também foram feridos pela pancadas morais do PT e aliados. Atiraram para todos os lados, e terminaram acertando o próprio pé e todo foi infeccionado. Tiveram os pés e o juízo amputados e ganharam ainda mais antipatias ao procurar culpados para se fazerem de vítimas e perseguidos, querendo dar ares políticos a um problema que é meramente policial, na tentativa de confudir a opinião pública em seu favor.

                Se, diferentemente do que fez, o governo tivesse reagido aos fatos com humildade, autocrítica e um pedido de desculpa à nação, reconhecendo seus erros e defendendo-se com coerência e verdade, certamente ganharia mais aliados do que inimigos, e o caminho poderia ter sido outro e bem mais seguro para ele próprio e para o país. No entanto, agora a porta do impeachment foi aberta, mas, se a presidente for afastada, não diminui a crise, assim como não diminui se ela ficar: a instabilidade política vai persistir e, com ela, a falta de qualquer condição para o restabelecimento dos rumos da economia e da gestão pública.

              É fato que o vice Temer e seu partido, o PMDB, não têm credibilidade para assumir os destinos dessa nação, porque estão entre os protagonistas dos escândalos.  Diante disso, não há dúvidas de que o caminho menos traumático para o país é uma nova eleição para presidente. Assim, a solução estaria na renúncia dos dois ou nas mãos do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), onde correm ações que visam cassar a chapa Dilma/Temer, reeleita em 2014. Se houver provas suficientes contra a chapa, como de fato parece haver, e ocorrer a cassação do diploma da presidente e do seu vice, uma nova eleição será convocada e o povo é que decidirá que rumo pretende seguir.

              O momento que o país passa é traumático e penoso, especialmente para os mais pobres,  presas preferenciais da crise econômica pela sua vulnerabilidade financeira e social, mas talvez seja o caminho para uma nova página no Brasil. Sem dúvidas, há e sempre houve em quase todos os municípios e estados brasileiros, um mensalão e um petrolão operando, ou seja, a corrução não começou agora e certamente não vai acabar agora, mas o bom de tudo isso é a certeza de que o tempo de impunidade para os corruptos ricos e poderosos ficou para trás com a evolução das leis penais contra o colarinho branco e de instituições republicananas como a Polícia Federal, o Ministério Público e a Justiça a partir dos seus novos, modernos e independentes quadros, mas, principalmente, com despertar da sociedade para este grande câncer que lhe tira a cidadania, que é a corrução.

             Mas este mal não se concentra apenas em Brasília, também está e sempre esteve bem pertinho de nós. Das Prefeiuras ao Planalto, precismaos combater, pelo protesto, pela toga e pelo cárcere, esta profunda chaga social, matriz geradora dos nossos prolemas na saúde, na educação, na moradia e na segurança pública.


 

 
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