Em 16/04/2018
Por Redação da Folha – O delegado de Igaracy, Glêberson Fernandes, concluiu o inquérito que apura a matança de cães ocorrida em um prédio abandonado da cidade no dia 6 de março passado e que teve repercussão nacional por envolver o poder público municipal.
De acordo com o delegado, o inquérito foi encaminhado à Justiça no último dia 9 e dois secretários municipais à época dos fatos foram indiciados, mas ainda falta uma terceira pessoa: seria o homem responsável pela execução material dos cachorros, mortos por meio cruel, conforme mostrou o laudo pericial. Embora provada sua participação, ele ainda não foi indiciado, conforme dr. Glêberson, porque a polícia ainda não o encontrou para pegar sua identificação completa e ouvi-lo. Ele está fora da cidade desde quando ocorreu o fato, mas, mesmo que não seja encontrado, será indiciado por qualificação indireta, segundo o delegado.
De acordo ainda com Glêberson Fernandes, já está indiciado o ex-secretário José Carlos Maia, que comandava a Secretaria Municipal de Saúde à época e teria sido o responsável por toda a operação de captura e sacrifício dos animais, e terminou exonerado pela Prefeitura após Recomendação do Ministério Público. Ele vai responder penalmente por maus tratos contra animais, descarte irregular e fraude processual, este delito em razão da ocultação dos animais, enterrados em um lixão da cidade após a repercussão pública da matança.
O outro indiciado, conforme o delegado, é o secretário de Infraestrutura Francisco Edilson de Lacerda, mas por apenas um delito: fraude processual. Ele teria colaborado na ocultação dos animais aos disponibilizar as condições materiais para o enterro dos cães. Mas, mesmo em caso de condenação, o delito não resulta em prisão por ser de baixo potencial ofensivo. Já com relação a José Carlos, a somatória das penas dos três delitos, no caso de condenação, pode resultar em privação de liberdade, conforme o delegado.
Os dois secretários foram ouvidos pelo delegado e negam envolvimento nos delitos. Além deles, mais 13 testemunhas também prestaram depoimento, o que foi importante para a autoridade policial fechar o inquérito. Conforme o que foi apurado, por iniciativa do então secretário de saúde, com o argumento de livrar a cidade da presença incômoda dos cães, os animais foram capturados nas ruas e levados para um prédio abandonado e, lá, sacrificados e depois enterrados. Um vídeo dos animais mortos postado nas redes sociais foi o que despertou a atenção das pessoas para a barbárie.
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