Em 25/05/2015
Por Redação da Folha – Vítima do abandono familiar desde os primeiros dias de vida e vivendo nas ruas de Itaporanga, o jovem pobre e negro W. M. da S. queria ter, pelo menos, a sua existência reconhecida legalmente, mas ainda nem nasceu oficialmente porque nem um registro de nascimento possui, impossibilitando seu acesso à educação e saúde.
Sem documento nem instrução, o jovem vive em grave vulnerabilidade social há anos, mas permanece invisível para as instituições públicas e para a sociedade, o que pode levá-lo à deliquência. Quase um ano atrás, a fundação humanitária José Francisco de Sousa, através de seu advogado voluntário, protocolou na Justiça de Itaporanga um pedido de registro de nascimento para o adolescente, mas a solicitação foi negada no dia 31 de março passado.
No entanto, a entidade não desistiu do caso e vai entrar com uma nova solicitação na Justiça para que o jovem tenha seu direito respeitado e passe a existir legalmente, buscando o caminho da cidadania. Há três anos, a fundação procura minimizar o sofrimento do jovem e de outros em situação semelhante através de algumas ações pontuais para tentar livrá-los da marginalidade, mas tudo isso é dificultoso porque a própria entidade não dispõe de recursos permanentes nem suficientes.
Há dois anos, a fundação fez um cadastro no fórum para tentar angariar algum recurso oriundo de transações penais e tocar vários projetos de apoio nutricional e documental em benefício de pessoas, notadamente crianças e adolescentes em grave vulnerabilidade, mas, até agora, não recebeu nada.
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