Em 02/09/2015
Por Redação da Folha - Manoel Conserva de Alexandria, conhecido como Manoel de Dozinho, um tradicional agricultor que criou e formou 13 filhos no cabo da enxada, e, em 92 anos de vida, deixou a roça apenas uma vez, no começo da década de 40, convocado para lutar na Segunda Guerra Mundial: passou quatro bimestres integrado ao Exército em João Pessoa, mas não chegou a embarcar para o fronte da guerra. Certamente não foi fácil para um homem roceiro e pacato deixar a família e partir para a incerteza de um conflito mundial, e, mesmo não tendo dado um único tiro, cumpriu seu dever patriótico, como muitos outros itaporanguenses do seu tempo.
Mas sua maior luta mesmo foi para sobreviver e criar a família na batalha duríssima da roça, enfrentando inimigos terríveis, como a seca, o isolamento e as omissões governamentais, mas nunca deixou o campo. Mesmo depois da viuvez e da aposentadoria da enxada em face da idade avançada, preferiu continuar no seu querido sítio Pedro, berço de incontáveis itaporanguenses inteligentes e trabalhadores. “O que eu mais admirava no meu pai foi ele ter conseguido, num tempo tão difícil como aquele, formar tantos filhos, médicos, engenheiros, professores e outras formações”, comentou Tarcísio Alexandria, ex-funcionário dos Correios.
Seu Manoel de Dozinho, caçula de 12 irmãos e descendente direto de um dos fundadores de Itaporanga, Alexandre Gomes, faleceu nesta terça-feira e foi sepultado na manhã desta quarta, 2, sob forte comoção dos filhos, parentes e de muita gente simples, amigos e pessoas que guerrearam junto com ele durante muito tempo na lida da roça.
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